terça-feira, 24 de setembro de 2013

Férias

Em agosto ganhei três semanas de férias, e claro que não ia ficar em casa esperando o tempo passar, né? 

Durante o mês de julho pesquisei muito, me programei, fiz cálculos e mais cálculos (sabe como é, salário de au pair é na base da ponta do lápis) e parti! 

Passei 20 dias pegando trens e mais trens, caminhando uma média de 6h por dia, subindo por volta de 500 degraus por dia, comendo muito McDonald's de 1 euros, bebendo água de fonte, vendo muitas coisas bacanas e conhecendo muita gente interessante.  

Meu roteiro? Fui para Itália, Espanha e Portugal. E me apaixonei por estes países latinos, que me deram tanta nostalgia do Brasil. Na Itália já estava até arranhando um portunhol mais pro italiano (portuliano?), cheguei até a dar orientações a um casal de velhinhos italianos em Roma (que, aliás, elogiaram meus dons linguísticos). 

Visitei Veneza, Verona, Bolonha, Florença, Pisa, Roma, Vaticano, Pompéia, Barcelona, Madrid, Lisboa e Porto. 

Me apaixonei pela Itália, pela língua e nenhum pouco pelos italianos (lá é moda os homens fazerem a sobrancelha, depilarem o corpo inteiro... Confesso que chega a ser estranho!). 

Amei a comida espanhola (comi paella todo dia, descobri que sou fã de frutos do mar) e simplesmente me encantei por Portugal. Ri muito também! Afinal a fama dos portugueses é bem verdadeira, ouvi muito português me mandando “subir pra cima”, “sair para fora”, entre outros... Mas Portugal é realmente maravilhoso, tem uma singularidade, uma personalidade, que vale a pena conferir!

Adorei todas as cidades que conheci. Minha preferida foi Veneza, pois é muito diferente das outras, mas moraria fácil em Verona ou Florença! Ah, a Itália...!

A viagem foi maravilhosa, apesar de alguns probleminhas, afinal nada é perfeito... 

Na Itália acabei ficando com diarreia (o que eu esperava, né? Bebendo água de fonte de rua e comendo McDonald’s todo dia, só podia dar nisso mesmo! Aprendi a lição e resolvi o problema rapidinho). Em Roma, tranquei meu cadeado do armário com as chaves (do cadeado e do quarto) dentro, e o quarto trancado. Felizmente, o wifi estava pegando naquele dia! Mandei mensagem para o meu salvador (namorado), que ligou da Bélgica para o hostel na Itália, e o recepcionista veio me salvar! Um pouquinho de desespero mas no fim deu certo, exceto pelo cadeado que foi decapitado! (Para minha defesa, eu estava muito cansada naquele dia e com fome, fechei sem pensar).



Na Espanha peguei o trem noturno, mas nada de cama. Fui na poltrona dura mesmo, não reclinável e acabei não descansando. No dia seguinte, meu estado físico ficou meio comprometido, mas pelo menos no outro trem noturno consegui uma cama e adorei viajar dormindo, no balancinho do trem! 

Peguei um verão maravilhoso, um calor de rachar, mas de rachar mesmo, fiquei com insolação e tive que comprar um chapéu! E segui a viagem com estilo. 

Enfim foi uma viagem incrível. Deixo aqui algumas fotos, vídeos ponho aos poucos. Espero que gostem!

Veneza

Verona

Bolonha

Florença

Pisa

Roma

Pompéia

Vaticano

Barcelona


Madrid

Trem

Lisboa

Porto

 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Passagens, por favor!


Aqui na Bélgica, na hora de pegar o transporte público, você vai descobrir que em muitas estações não existe catraca. Isso mesmo, você pode entrar livremente, sem pagar! Grátis! Na faixa!
Mas não é porque a entrada é fácil que você não precisa pagar. Tome muito cuidado, você pode se meter numa enrascada! E será que vale mesmo economizar dois euros e arranjar um problemão depois?


Nos trens é possível entrar em qualquer um sem pagar. Mas dentro do trem existe o cobrador (controleur). É a pessoa responsável por verificar as passagens. Se um controlador pedir sua passagem, e você não tiver, você terá que comprar uma a bordo e poderá receber uma multa*.

*(a multa pode ser reconsiderada se a estação na qual você embarcou não era possível comprar passagem, como por exemplo as estações que estão em reforma. Fora estas, você receberá uma multa). 

É curioso observar que em geral, entre as estações de trem dentro de Bruxelas (por exemplo, entre as estações Bruxelas Midi,  Bruxelas Norte, Bruxelas Central, Schuman...) o cobrador não passa, então neste caso você consegue viajar de graça, mas só dentro da cidade.


Agora o transporte público urbano já é um pouco diferente. Não existe cobrador. O que acontece é que as pessoas são fiscalizadas nas estações, no susto.  

Você está viajando tranquilamente de metro, desce na sua estação, sobe as escadas e... Ops! Dá de cara com uma barreira de controladores e policiais. Não tem como você saber que eles estão lá, te esperando... Você é pego de surpresa, e se fizer meia volta ou sair correndo, é claro que eles vão sacar que você não pagou. Ou seja, não tem como escapar. 

Você será obrigado a apresentar seu bilhete, se estiver ok eles te deixam passar; se não, você terá que pagar uma multa de 80 euros. 80! (Não era melhor ter pagado os dois euros?). E eles ainda pedem seus documentos, ou seja, se você estiver ilegal por aqui, pode ser deportado e ir direto para a prisão no seu país. 

Nos ônibus, os controladores entram enquanto o ônibus está parado no ponto, e se você tenta descer, têm mais controladores e policiais do lado de fora.

Já fui fiscalizada várias vezes, em estações diferentes, em horários diferentes, e até dentro do ônibus noturno. Já vi gente pagando multa ou sendo presa. A coisa é séria!

Então tome cuidado. Pague os dois euros. Afinal o transporte é de qualidade, é abrangente, limpo e pontual. Seus dois euros estão sendo bem utilizados. Aqui não é como no Brasil, aqui seu dinheiro é bem gasto! Seja honesto.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Eita, isso é que é sorte!

A verdade é que dei muita sorte com a segunda família!

Comparando a minha primeira família  com a segunda, diria que passei da água de esgoto para o vinho. Pois é, isso é que é sorte (e uma boa ajuda do anjinho da guarda!).

A família aqui é um amor, é família mesmo. Me acolheram desde o início. Quando comecei, me deram uma semana para eu me habituar (ou seja, observar). Sempre que faço algo de errado, ao invés de gritarem, eles me falam calmamente ou fazem piada (e a ficha logo cai, não é não?). Acolheram meus pais, quando eles vieram me visitar. Compraram um guia da Europa para o meu mochilão (eu não pedi não, foi ato voluntário mesmo), emprestam o note toda vez que o meu resolve pifar...

Além de serem excelentes pessoas, ainda dei sorte no quesito trabalho. Aqui trabalho 4h por dia, como manda a lei (ok ok, às vezes passa um pouco, fora os baby-sittings...). Além disso, não sou obrigada a viajar com eles, o que significa tempo livre! Eles já saíram de férias várias vezes, resultado, ganhei férias no natal, páscoa e verão. Quer coisa melhor? Pois continua. A maioria das au pairs têm que ficar com as kids durante o verão full-time, pois não é que meus hosts colocaram os filhos em acampamentos que duram a mesma quantidade de horas da escola! 
 
Claro que morar no emprego nunca é fácil. Afinal você sente que continua trabalhando, deve sempre acordar de bom humor, deixar tudo limpo e fazer ainda menos barulho do que está acostumado. Além disso, vamos ser honestos né? Também faço algumas coisas que uma au pair não deveria fazer: aspiro o carro, fico na casa quando precisam, levo o carro na oficina, entretenho visitas, e por aí vai... Mas a gente acaba topando (afinal de contas, eles são bacanas!).

Dei ou não dei sorte?!